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Diário Liberdade
Sexta, 27 Mai 2016 15:58

A oposição venezuelana e suas... marchas pacíficas?

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País: Venezuela / Reportagens / Fonte: Prensa Latina

Autoridades venezuelanas revelaram novas evidências que vinculam hoje a opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) aos mais recentes focos de violência nesta capital, em suas chamadas marchas "pacíficas".

Segundo explicou à imprensa o ministro de Relações Interiores, Gustavo González, ontem, em uma passeata improvisada para exigir um referendo revocatório que encurte o mandato do presidente Nicolás Maduro (2013-2019), jovens controlados pela direita atentaram contra a vida de agentes da ordem pública e várias instalações.

González contou que, no ataque a mulheres policiais do município Libertador, os órgãos de segurança identificaram Iralín Alves, Jheremy Bastardo e outro sujeito com apelido de "Catia" como participantes nos atentados.

Também exigiu que servidores públicos do vizinho município de Chacao, bastião da direita, não permitissem que ações violentas se desenvolvam e que parem de encobrir os setores extremistas.

Por sua vez, o primeiro vice-presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), Diosdado Cabello, considerou que seriam sancionados outros grupos de choque que ontem, na central Praça Venezuela, danificaram a residência estudantil Livia Gouverneur.

De acordo com o também deputado pelo Grande Pólo Patriótico, foram lançadas pedras contra o edifício, espancados alguns estudantes e inclusive tentaram queimar o imóvel e dois policiais que resguardavam a área.

Cabello revelou também que os responsáveis por esses atentados violentos foram contratados por álias comissário Coromoto, em realidade, chefe dos guarda-costas de Henry Ramos Allup, atual presidente da Assembleia Nacional, de maioria opositora ao Governo.

Alguns analistas, como o ex-vice-presidente venezuelano Jose Vicente Rangel e o comunicador Miguel Pérez Pirela, alertaram em diversos espaços televisivos que a oposição, desesperada devido aos prazos insuficientes para a consulta que tenta deslocar o Executivo, recorreria aos métodos tradicionais: esquentar a rua.

Representantes da direita mais virulenta, como o governador do estado de Miranda Henrique Capriles ou Freddy Guevara, dirigente do Voluntad Popular, tinham anunciado, por sua vez, que essas mobilizações chegariam a seu objetivo não importa o método.

Para a também deputada socialista Tania Diaz, são os mesmos nomes e protagonistas de uma cruzada para acabar com o poder político e desaparecer com a Revolução bolivariana, com o legado de seu líder, o comandante Hugo Chávez (1954-2013), e com a continuidade de planos econômicos e sociais levados a cabo por Maduro.

A ideia de voltar à Venezuela neoliberal e submissa ao império estadunidense, a da IV República,(1958-1998) foi anunciada muito antes, em 5 de janeiro deste ano, quando se instalou o parlamento de maioria de direita, recordou.

Agora esperam repetir o cenário golpista de 11 de abril de 2002, quando a oposição, com apoio do setor econômico, midiático e de fatores externos, deu um golpe de Estado a Chávez.

Para a direita e o legislativo de Ramos Allup, o referendo revocatório contra o chefe de Estado tem como justificativa a conjuntura, segundo outros estudiosos.

A isso se somam intervenções com caráter de ingerência de políticos da região, como o ex-presidente colombiano Alvaro Uribe, que pediu nos Estados Unidos uma intervenção militar estrangeira na Venezuela, para supostamente resolver a atual situação de crise na nação sul-americana.

Acrescenta-se o mais recente comunicado do secretário geral da Organização de Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, e suas intenções de aplicar a Carta Democrática.

Ontem, o próprio presidente da República Nicolás Maduro lembrou, por sua vez, que ainda é vigente o decreto do chefe da Casa Branca, Barack Obama, que considera a Venezuela uma ameaça incomum e extraordinária para a segurança de seu país.

Outros analistas consideram que, nesse contexto, o processo revocatório contra Maduro, que começou com a coleta de assinaturas em uma primeira etapa, ou um porcento do registro eleitoral, é apenas uma via que a direita venezuelana utiliza para disfarçar de legitimidade suas verdadeiras pretensões e planos golpistas.

Outro argumento que a MUD usa em suas convocações é a necessidade de acabar com o mal-estar popular devido à escassez de alimentos e produtos básicos, com a revenda de muitos deles, ou com a paralisação da economia, consequência de uma guerra não convencional promovida pela mesma direita com apoio estrangeiro e uma bom parte do setor empresarial privado.

Essa estratégia para desbancar governos progressistas da região é animada também, segundo o vice-presidente executivo Aristóbulo Istúriz, por roteiros parecidos aplicados com sucesso em Honduras e Paraguai e mais recentemente com o golpe parlamentar contra a presidenta constitucional do Brasil, Dilma Rousseff.

Nesse sentido, Maduro recorreu às faculdades a ele conferidas pelo recém promulgado decreto de Exceção e Emergência Econômica, dentro de sua responsabilidade para garantir a vida em paz da nação.

Ontem, em um encontro com o setor pesqueiro no estado de Anzoátegui, o mandatário alertou que poderia também emitir outra medida, um decreto de comoção nacional, como parte do estado de exceção que rege o país, caso se desatem atentados golpistas violentos.

Segundo a Carta Magna, o estado de comoção interior ou exterior pode ser decretado pelo presidente em caso de conflito interno ou externo que ponha seriamente em perigo a segurança da Nação, e pode se estender por até 90 dias, prorrogável por outro período de igual duração.

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