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Diário Liberdade
Segunda, 07 Janeiro 2019 18:27 Última modificação em Sexta, 18 Janeiro 2019 01:06

Ano decisivo na Bolívia, continuidade ou retrocesso?

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País: Bolívia / Institucional / Fonte: Prensa Latina

Começa 2019, um ano decisivo para os bolivianos que deverão decidir pela continuidade da Revolução Democrática e Cultural, liderada pelo presidente Evo Morales, ou regressar a um passado de corrupção e pobreza.

Em 27 de janeiro serão realizadas as eleições primárias de candidaturas das chapas presidenciais, processo prévio às eleições gerais previstas para fins deste ano.

Nesse dia, os cidadãos escolherão através de seu voto os candidatos de cada partido político que pretendem assumir a presidência e vice-presidência do país. No entanto, a participação do povo nestas primeiras eleições é voluntária.

Segundo a lei, os partidos políticos ou alianças elegerão suas chapas em um processo eleitoral primário, obrigatório e simultâneo convocado pelo Tribunal Supremo Eleitoral (TSE), entidade encarregada de organizar e administrar o processo.

Em 4 de dezembro de 2018, os vogais do TSE habilitaram a candidatura de oito das nove chapas dos partidos políticos e alianças que apresentaram sua postulação para as primárias.

Entre eles, os candidatos do Movimento Ao Socialismo - Instrumento Político pela Soberania dos Povos (MAS-IPSP), Juan Evo Morales Ayma, para assumir a presidência, e Álvaro Marcelo García Linera, para a vice-presidência.

Nos dias prévios ao anúncio do TSE, a oposição começou a organizar marchas, greves e pequenas vigílias contra a possível habilitação da chapa presidencial apresentada pelo governante MAS-IPSP.

Ao conhecer-se a decisão do Tribunal, as ações dos grupos opositores intensificaram-se, com apoio midiático, para anular o favoritismo desse binômio e deslegitimar internacionalmente o presidente Evo Morales.

Comitês civis e dirigentes políticos contrários ao atual Governo convocaram uma paralisação nos diferentes departamentos, mas houve escassa resposta popular, e resultou fundamentalmente em um bloqueio de ruas, sem afetar a grande maioria dos comércios e centros de trabalho.

Essas ações desencadearam a morte de uma mulher de 52 anos de idade, da localidade de Riberalta, no departamento amazônico do Beni (nordeste), que perdeu a vida em sua tentativa de evitar que os mobilizados destruíssem o negócio de uma vizinha.

O chefe de Estado condenou esses atos violentos e pediu às autoridades judiciais que tomassem ações contra os responsáveis pela morte da cidadã, enquanto expressou suas condolências aos familiares e ao povo Riberalta.

Dias depois, um grupo de estudantes com os rostos cobertos atacou de forma direta as instalações do Tribunal Eleitoral Departamental (TED), a Empresa de Telecomunicações, a sede de Impostos Nacionais e o Palácio da Justiça, em Santa Cruz (leste).

O ministro de Governo, Carlos Romero, precisou que a ação violenta perpetrada por estudantes da Universidade Autônoma Gabriel René Moreno não foi por acaso.

As investigações revelaram o planejamento e financiamento pela existência de logística, dispositivos para queimar as instalações do TED e máscaras antigás, entre outros elementos.

Por sua vez, o vice-ministro de Regime Interior e Polícia da Bolívia, José Luis Quiroga, denunciou publicamente que esse é o plano da oposição: a tomada de instituições e gerar violência. Querem feridos, querem atos de sangue, advertiu.

Também nesses dias se desenvolveu uma audiência diante da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), da Organização de Estados Americanos.

A CIDH rejeitou a impugnação apresentada pela oposição, pois como expressou o ministro da Justiça, Héctor Arce, a decisão 'respeita e cumpre plenamente a Constituição boliviana, e (...) desenvolve e aplica preferencialmente os tratados internacionais em matéria de Direitos Humanos'.

Durante sua intervenção perante a CIDH, Arce assinalou que se trata de manobras dos setores da oposição para não competir democraticamente com o primeiro presidente indígena da Bolívia, que impulsiona desde 2006 um processo de mudança no país.

Especificamente, baseou-se na Constituição da Bolívia, que estipula respeitar o direito dos cidadãos a eleger o governante que prefiram, sem importar os limites de mandato estabelecidos anteriormente, que, no caso da chapa do MAS, a teria desabilitado para um terceiro mandato.

Na audiência, o ministro de Relações Exteriores, Diego Pary, recordou que em 2005 o povo elegeu o primeiro presidente indígena da Bolívia, Evo Morales, que ganhou com uma ampla e histórica maioria de 53 por cento dos votos.

Também destacou que, atualmente, esta nação sul-americana goza de plena estabilidade política, econômica e social, com uma democracia consolidada e eleições livres.

Durante estes anos, destaca-se na Bolívia a atenção médica com profissionais do programa Minha Saúde, que chegam às zonas de mais difícil acesso. Registra-se também uma diminuição da mortalidade infantil, da desnutrição crônica em menores de cinco anos e ressaltam-se as cirurgias gratuitas dos olhos, realizadas por médicos cubanos e bolivianos, como parte da Operação Milagre.

Também se destacam as políticas de acesso a uma educação de qualidade a nível nacional, e a inauguração quase diariamente de obras em benefício da população.

Só através do programa Bolívia Muda Evo Cumpre foram executadas entre 2007 e julho de 2018 um total de 8.797 mil obras nas áreas de educação, esportes, viária, produtiva, de saneamento básico e irrigação, bem como em infraestruturas sociais e de saúde.

A nação sul-americana passou a ser também líder da região em crescimento econômico, como resultado da nacionalização de seus recursos naturais.

Porém, o mais importante a julgamento de muitos é a recuperação da dignidade e do orgulho nacional.

A chapa do MAS conta com um forte respaldo dos setores populares e organizações sociais do país, assim como a nível internacional.

2019 será um ano determinante no âmbito eleitoral, crucial para a continuidade do processo de mudanças impulsionado pelo Governo de Evo Morales, que transformou a Bolívia em uma referência regional e mundial de desenvolvimento econômico, político, social e cultural.

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