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Diário Liberdade
Segunda, 10 Dezembro 2018 07:18 Última modificação em Segunda, 17 Dezembro 2018 10:20

INF - Os neoconservadores do Trump (Pompeo e Bolton) sempre odiaram acordos sobre controle de armamentos

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País: Estados Unidos / Direitos nacionais e imperialismo / Fonte: RT

[F. Michael Maloof*, Tradução de Heitor Ferreira e Silva para o Diário Liberdade] A possível retirada dos EUA do Tratado de Eliminação de Mísseis de Curto e Médio Alcance (INF em inglês) se encaixa na narrativa neocon de opor-se a tudo que esteja associado a Rússia, tendo em vista que eles nunca se livraram da mentalidade da Guerra Fria e há muito tempo se opõem aos pactos de controle de armas.

O presidente Vladimir Putin estava certo quando disse recentemente que a retirada dos EUA do tratado INF tinha passado por etapas de planejamento durante algum tempo antes do anúncio em outubro.

A retirada acontece enquanto as tensões entre a Rússia e os EUA estão aumentando na sequência de outras questões. Apesar disso, o Secretário de Estado Mike Pompeo e seu parça neocon, conselheiro de segurança nacional John Bolton, alegaram que a retirada dos EUA do importante pacto sobre armamentos nucleares aconteceu devido as violações cometidas pela Rússia, sem nunca apresentarem qualquer evidência para alicerçarem estas alegações.

O Tratado INF é um acordo de controle de armamentos de 1987 entre a União Soviética e os EUA para eliminar mísseis balísticos e de cruzeiro lançados do solo, tanto nucleares como convencionais, com alcance de 500 a 5.500 quilômetros.

"A declaração do sr. Pompeo chega um pouco tarde" disse Putin. "Num primeiro momento os EUA anunciaram sua intenção de se retirarem do Tratado INF, só então começaram a buscar justificativas do porquê deveriam fazer isto."

É o neocon John Bolton quem tem pressionado Trump durante algum tempo para retirar-se do Tratado INF, alegando que estava "obsoleto e sendo violado e ignorado" - sem especificar quais seriam essas violações.

Durante anos os neocons criticaram o tratado INF porque ele limita a capacidade dos EUA para construírem tais mísseis, já que países como a China, Coreia do Norte e Irã estão produzindo-os. De fato a inquietação principal é com a China.

Assim o anúncio de Washington tem mais a ver com a ausência de outros países como signatários do pacto do que com as alegadas violações russas.

No passado a Rússia reclamou que os EUA violaram o tratado mas não ao ponto de ameaçar se retirar dele.

Moscou salientou a decisão que os EUA tomaram de estabelecerem bases capazes de lançarem mísseis de cruzeiro Tomahawk na Polônia e na Romênia como uma violação do tratado. De acordo com a Rússia, o uso predominante de drones armados (aeronaves não tripuladas - UAV na sigla em inglês), tais como o Predador B (MQ-9 Reaper), também viola o tratado.

A retirada dos EUA se encaixa na narrativa neocon de opor-se a qualquer coisa associada a Rússia. Também é motivo de apreensão o futuro do Tratado de Redução de Armas Estratégicas, ou New START, que entrou em vigor em 2011 e expira em 2021.

Mas como toda tática do Trump de ganhar atenção, uma abordagem inicial bombástica, tal como o anúncio impactante de se retirarem do tratado, é concebida para controlar os eventos e fazer a alavancagem para obter as mudanças que almeja. Vimos semelhante enfoque na forma que a administração Trump tomou a iniciativa ao tratar com a Coreia do Norte e abandonou o acordo nuclear, em maio passado, com o Irã.

Ironicamente, nestes casos, o que os EUA procuraram conquistar, em termos de interesses estratégicos, permanece não concretizado. E o mesmo pode acontecer com o que os EUA buscam obter com o anúncio de sua intenção de deixar o Tratado INF.

Desde o anúncio da retirada, importantes políticos dos EUA expressaram suas preocupações com a jogada. Até países como a China e o Japão se opõem a retirada dos EUA devido as consequências estratégicas que teriam lugar se a Rússia retomasse o desenvolvimento e posicionamento de mísseis intermediários.

* Ex-analista de segurança do Pentágono.

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