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Diário Liberdade
Sexta, 11 Novembro 2016 00:19 Última modificação em Domingo, 13 Novembro 2016 14:08

Que espécie de administração Trump?

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País: Estados Unidos / Institucional / Fonte: Resistir

[Paul Craig Roberts] Esta eleição presidencial é histórica porque o povo americano foi capaz de derrotar os oligarcas.

Hillary Clinton, uma agente da oligarquia, foi derrotada apesar da campanha viciosa dos media contra Donald Trump. Isto mostra que os media e os establishments dos partidos políticos já não têm credibilidade junto ao povo americano.

Está para ser visto se Trump poderá escolher e nomear um governo que sirva os seus objectivos de restaurar empregos americanos e estabelecer relações amistosas e respeitosas com a Rússia, a China, a Síria e o Irão.

Também está para se ver como a oligarquia responderá à vitória de Trump. A Wall Street e o Federal Reserve podem provocar uma crise económica a fim de colocar Trump na defensiva. E eles podem utilizar a crise a fim de forçar Trump a nomear um dos seus como secretário do Tesouro. Agentes perigosos na CIA e no Pentágono podem provocar um ataque de falsa bandeira que perturbaria relações amistosas com a Rússia. Trump poderia cometer um erro e manter neoconservadores no seu governo.

Com Trump pelo menos há esperança. A não ser que ele seja perturbado por má capacidade de julgamento nas suas nomeações e por obstáculos postos no seu caminho, deveríamos aguardar um fim para o conflito orquestrado por Washington contra a Rússia, a remoção dos mísseis estado-unidenses na fronteira da Rússia com a Polónia e com a Roménia, o fim do conflito na Ucrânia e o fim do esforço de Washington para derrubar o governo sírio. Contudo, façanhas como estas implicam a derrota da oligarquia dos EUA. Embora Hillary esteja derrotada, a oligarquia ainda existe e ainda é poderosa.

Trump disse que já não vê necessidade da NATO 25 anos depois do colapso soviético. Se mantiver esta visão, isto significa uma grande mudança política entre os vassalos de Washington na União Europeia. A hostilidade em relação à Rússia dos actuais responsáveis da UE e da NATO teria de cessar. A chanceler alemã Merkel teria de mudar seus planos estratégicos ou ser substituída. O secretário-geral da NATO Jens Stoltenberg teria de ser demitido.

Não sabemos quem Trump escolherá para servir no seu governo. É provável que Trump não esteja familiarizado com as várias possibilidades e posicionamentos sobre questões. Isto realmente depende de quem está a aconselhá-lo e de que conselhos lhes dão. Uma vez visto o seu governo, saberemos se podemos ter esperança de mudanças que agora têm uma possibilidade.

Se a oligarquia fosse incapaz de controlar Trump e ele realmente tiver êxito em reduzir o poder e o orçamento do complexo militar/segurança e mantiver o sector financeiro politicamente responsável, ele poderia ser assassinado.

Trump disse que colocará Hillary na prisão. Ele deveria em primeiro lugar colocá-la em julgamento por traição e crimes de guerra juntamente com todos os neoconservadores. Isso clarificaria o ambiente para a paz com as outras duas grandes potências nucleares sobre as quais os neoconservadores procuram hegemonia. Embora os neoconservadores ainda tivessem contactos no estado profundo (deep state) oculto, tornaria difícil para essa gentalha organizar operações de falsa bandeira ou um assassinato. Elementos patifes no complexo militar/segurança ainda poderiam ter êxito num assassinato, mas sem neocons no governo uma cobertura ficaria mais difícil.

Trump tem mais entendimento e visão do que os seus oponentes percebem. Para um homem como Trump arriscar-se a adquirir tantos inimigos poderosos e arriscar a sua riqueza e reputação, tem de ter sabido que a insatisfação do povo com o domínio do establishment significava que poderia ser eleito presidente.

Não saberemos o que esperar até vermos quem são os secretários e secretários assistentes. Se for o grupo habitual, saberemos que Trump foi capturado.

Um feliz resultado permanente desta eleição é o descrédito completo dos media dos EUA. Os media previram uma vitória fácil de Hillary e mesmo o controle do Senado pelo Partido Democrata. Ainda mais importante quanto à perda de influência e credibilidade dos media, apesar dos seus ataques viciosos a Trump durante toda as primárias presidenciais e a campanha presidencial, os media não tiveram impacto fora das costas Nordeste e Oeste, os terrenos base do Um Porcento. O resto do país ignorou os media.

Eu não pensava que a oligarquia permitisse a vitória de Trump. Contudo, parece que os oligarcas foram enganados pela sua própria propaganda nos media. Ao assegurarem que a vitória de Hillary era certa, eles não estavam preparados para aplicar planos de roubo da eleição.

Hillary está em baixo, mas não os oligarcas. Se Trump for aconselhado a ser conciliador, a estender a mão e trazer o establishment para dentro do seu governo, o povo americano mais uma vez será desapontado. Num país cujas instituições foram tão completamente corrompidas pela oligarquia é difícil alcançar mudança real sem derramamento de sangue.

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