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Diário Liberdade
Terça, 24 Mai 2016 22:50

A memória, esse capital simbólico

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Ramiro Vidal

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Num debate na canle de ámbito autonómico V Televisión Diego Gago, atual Presidente de Novas Xeracións de Galicia dixo umha cousa que nom pode aceitar nengumha pessoa que se mova numha órbita anti-fascista e democrática.


Algo assim como que, a respeito da repressom fascista, “cada caso é singular, seguramente houvo casos injustos...” Umha afirmaçom que provocou a lógica indignaçom dos seus interlocutores.

Relativizar a repressom fascista é inaceitável, além de que, a argumentaçom do Diego Gago parte da premissa de que a açom repressiva dos fascistas continha algumha justiça ou perseguia fazer justiça, e que o problema dessa repressom é que na procura dessa justiça se cometiam “erros”. Vamos que se tratava de fazer justiça e às vezes os fascistas erravam.

Nem que dizer tem que essa relativizaçom o que pretende é umha justificaçom. Voltar a esse argumento de que, por muito que doesse, aquilo foi inevitável, ou, como dim alguns, “fazia falta”.

Para mim, anti-fascista convencido que jamais procurará pontos de encontro com doutrinas fascistas ou teses revisionistas, nom cabe a menor dúvida de que individualizar os casos de repressom é um absurdo. Nom pode haver justiça em práticas que derivam de atos ilegítimos, neste caso, de umha sublevaçom militar. A repressom brutal infligida polos fascistas contra milhons de pessoas no estado espanhol foi a vingança terrível contra um povo que nom só nom apoiou essa sublevaçom militar, mas que se levantou em armas contra ela.

O do Diego Gago nom foi um desliz, nom foi um erro, nem foi umha frase sustraída do seu contexto. O contexto está claríssimo; um debate televisivo num momento concreto em que se tocava a memória histórica; umha questom incómoda para o Partido Popular. O problema nom é o Diego Calvo; o problema real é o PP e resulta insuportável já que no ano 2016 ainda nom condenasse o golpe de 36 e tudo o que veu depois. O Partido Popular nom condena e eu diria que nem sequer lamenta a repressom fascista. Matar o mensageiro pode ser umha boa puniçom para o Diego Gago, mas nom arranja o problema de fundo.

O problema de fundo é a memória como capital histórico, político, simbólico. Essa memória é a que nos fai compreender que chamar fascistas aos vultos do PP é mais do que umha desqualificaçom. É umha definiçom. Eles nom vam colocar aos pais, avós e bisavós no lugar dos carrascos e, naturalmente, nom lhe vam conceder aos seus inimigos de classe a condiçom de luitadores pola liberdade. Por passiva, trata-se de legitimar a Franco e a sua cohorte, já para sempre. Fechar feridas, chamam-lhe eles a isso...em realidade é perpetuar o incubo do fascismo para que sempre acabe ressurgindo. Franco foi mais um chefe de estado, um de tantos, “fai parte da história da Espanha” e é portanto natural que se lhe rendam honores de todo tipo, que se mantenham em pé as suas estátuas, que perdurem as suas condecoraçons e nomeamentos oficiais. Isso é o que pretendem que interioricem as geraçons do futuro.

A memória é essa arma que nos fai visualizar todo o processo de regressom em direitos e liberdades experimentado no estado espanhol nos nossos dias como um processo golpista. Por isso a memória é importante. E a memória é a que nos fai identificar ao Diego Gago como um fascista que milita num partido fascista. Por isso a memória é perigosa para eles.

Por isso também tenho afirmado muitas vezes, que a memória nom pode ser gerida apenas polas instituçons. É a nossa ferramenta mais poderosa para constroirmos um futuro melhor.

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