Publicidade

Diário Liberdade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Segunda, 05 Dezembro 2016 18:16 Última modificação em Terça, 13 Dezembro 2016 16:32

Afro-descendentes queixam-se de Portugal à ONU Destaque

Avalie este item
(0 votos)
País: Portugal / Antifascismo e anti-racismo / Fonte: Esculca

O Estado está a ser avaliado em Comité da ONU.

22 associações portuguesas que representam milhares de afro-descendentes enviaram uma carta ao Comité das Nações Unidas para a Eliminação da Discriminação Racial a criticar o Estado por não reconhecer que são precisas políticas específicas para estas comunidades e não ter um "diálogo verdadeiro" com as entidades que lideram o combate ao racismo e à exclusão no terreno.

A carta de duas páginas, enviada esta segunda-feira, inclui uma análise em números das desigualdades raciais em Portugal que justificam a necessidade de existirem políticas direccionadas para estes grupos.

Assinado por associações como a SOS Racismo, Plataforma Gueto, Afrolis, Djass, Associação Caboverdeana de Lisboa, Griot e Femafro, o documento surge depois de uma delegação portuguesa, integrada por representantes de entidades do Estado, ter sido ouvida na semana passada, em Genebra, pelo Comité das Nações Unidas para a Eliminação da Discriminação Racial. O desempenho de Portugal quanto à discriminação racial está a ser avaliado pelo comité e os resultados serão anunciados a 9 de Dezembro.

Na última avaliação a Portugal, publicada em 2012, aquele comité deixou algumas recomendações a Portugal, entre elas a de que devia criar medidas especiais para grupos vulneráveis, incluindo afro-descendentes. A resposta de Portugal, reiterada no mais recente relatório, foi a de que o país tem uma abordagem “integrada/holística para combater a discriminação racial, baseada na sua crença profunda de que o fenómeno do racismo é um fenómeno global”.

É esta abordagem do Estado que é criticada pelas associações, que sublinham que ela até contraria os pressupostos da Década Internacional dos Afro-descendentes (2015-2024), declarada pela Organização das Nações Unidas (ONU), fazendo assim “um silenciamento político do racismo”. “Sem reconhecimento é impossível uma estratégia de desenvolvimento e de superação dos problemas, é impossível que haja justiça”, lê-se no documento.

“Quisemos manifestar a nossa indignação face ao que veio a público”, diz Ana Fernandes, da associação activista Plataforma Gueto, que esteve na origem da elaboração desta carta numa reunião recente na qual participaram 18 pessoas. “Com esta iniciativa procuramos ser ouvidos”, referiu ainda Carla Fernandes, da Afrolis, outra das participantes nesse encontro. Em causa está, acrescentou, o “direito à representatividade”.

Convenção de 1982'

Portugal ratificou a Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial em 1982. Periodicamente, os países submetem relatórios para a apreciação dos peritos independentes que fazem parte do comité da ONU. O relatório português que foi entregue em Genebra foi redigido pela Comissão Nacional para os Direitos Humanos, sob supervisão do Ministério dos Negócios Estrangeiros. Baseia-se em informação dada pelo Alto Comissariado para as Migrações (ACM), os Ministérios dos Negócios Estrangeiros, da Administração Interna, do Ambiente, da Saúde, da Educação, da Ciência, do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, da Justiça, da Secretaria de Estado para a Cidadania e Igualdade. A delegação portuguesa com representantes destas entidades foi composta por 24 pessoas. Os resultados da avaliação serão anunciados a 9 de Dezembro.

Diário Liberdade é um projeto sem fins lucrativos, mas cuja atividade gera uns gastos fixos importantes em hosting, domínios, manutençom e programaçom. Com a tua ajuda, poderemos manter o projeto livre e fazê-lo crescer em conteúdos e funcionalidades.

Doaçom de valor livre:

Microdoaçom de 3 euro:

Adicionar comentário

Diário Liberdade defende a discussom política livre, aberta e fraterna entre as pessoas e as correntes que fam parte da esquerda revolucionária. Porém, nestas páginas nom tenhem cabimento o ataque às entidades ou às pessoas nem o insulto como alegados argumentos. Os comentários serám geridos e, no seu caso, eliminados, consoante esses critérios.
Aviso sobre Dados Pessoais: De conformidade com o estabelecido na Lei Orgánica 15/1999 de Proteçom de Dados de Caráter Pessoal, enviando o teu email estás conforme com a inclusom dos teus dados num arquivo da titularidade da AC Diário Liberdade. O fim desse arquivo é possibilitar a adequada gestom dos comentários. Possues os direitos de acesso, cancelamento, retificaçom e oposiçom desses dados, e podes exercé-los escrevendo para diarioliberdade@gmail.com, indicando no assunto do email "LOPD - Comentários".

Código de segurança
Atualizar

Publicidade
Publicidade

Quem somos | Info legal | Publicidade | Copyleft © 2010 Diário Liberdade.

Contacto: diarioliberdade [arroba] gmail.com | Telf: (+34) 717714759

O Diário Liberdade utiliza cookies para o melhor funcionamento do portal.

O uso deste site implica a aceitaçom do uso das ditas cookies. Podes obter mais informaçom aqui

Aceitar