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Diário Liberdade
Segunda, 03 Abril 2017 15:55 Última modificação em Quarta, 05 Abril 2017 20:41

Equador: Candidato sucessor de Rafael Correa derrota banqueiro nas urnas

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País: Equador / Institucional / Fonte: RBA

Derrotado, apesar da mídia favorável, banqueiro estimula confronto visando desqualificar vitória do candidato de Rafael Correa. Para setores progressistas, resultado renova esperanças no continente.

O Conselho Nacional Eleitoral do Equador confirmou a vitória de Lenín Moreno – apoiado pelo atual presidente Rafael Correa –, com 51% dos votos válidos, contra 49% do candidato da oposição Guillermo Lasso. “Que seja respeitado o resultado. O Equador merece a responsabilidade de seus atores políticos”, anunciou a autoridade eleitoral.

Um pouco antes da divulgação dos primeiros dados oficiais confirmando sua vantagem, Moreno afirmava ter certeza na vitória. “Vencemos as eleições”, disse, prometendo que será “presidente de todos os equatorianos”. “Quero denunciar a atitude descarada de pesquisa financiadas pelo Banco de Guaiaquil (controlado por Lasso), que sabendo que iam perder expuseram os equatorianos a um risco de enfrentamento”, declarou, referindo-se a pesquisas de boca de urna que apontavam vitória de Guillermo Lasso – que por sua vez passou a cantar vitória antes da hora. “Perdeu, senhor, e aceite a derrota democraticamente”, alertou Moreno a Lasso durante discurso.

O candidato governista sustentou ainda: “A revolução continua”, em alusão ao avanço dos programas sociais que marcaram os dois mandatos de Rafael Correa, à frente do governo desde 2007. Rafael Correa ressaltou via Twitter a vitória de sua coligação, Aliança Pais: “A revolução voltou a triunfar. A direita foi derrotada, apesar de seus milhões e de sua mídia”.

Durante o dia, o opositor Guillermo Lasso tentou se apresentar como vencedor, afirmando, em Guaiaquil – maior cidade do país e sua base eleitoral –, que “a partir de hoje há um presidente que promoverá a unidade nacional”. Falando como virtual vencedor, Lasso afirmou que não descansaria até “jogar no lixo da história a Lei das Comunicações”. A lei, entre outras coisas, proíbe que banqueiros como Lasso sejam donos de canais de comunicação.

Na semana que antecedeu o segundo turno, de quatro institutos de pesquisa, três apontavam favoritismo de Moreno. Desde então, a oposição vinha desqualificando o processo eleitoral. No decorrer deste domingo (2), alguns institutos previam vitória de Lasso. Com base nisso, o banqueiro tentou minimizar a vitória do candidato da esquerda e conclamou os equatorianos a irem às ruas.

Qualquer semelhança com o que fez Aécio Neves em 2014 não é coincidência. A diferença é que enquanto o Brasil elegeu o Parlamento mais conservador desde a ditadura, no Equador as forças progressistas ainda sustentaram maioria no Legislativo. No primeiro turno, Lenín Moreno ficou a 0,7 ponto percentual de vencer sem a necessidade de novo escrutínio, obtendo 39,3% dos votos, ante 28,1% de Lasso.

Moreno foi vice-presidente do Equador durante os dois mandatos de Rafael Correa e baseou sua campanha na continuidade dos projetos de inclusão social e distribuição de renda implementados nos últimos dez anos com a Revolução Cidadã. Seu opositor, Guillermo Lasso é um reconhecido banqueiro, de uma das famílias mais ricas do país, e propunha redução do Estado, diminuição de juros e fortalecimento do mercado.

Alguns cientistas políticos latino-americanos, entre eles o argentino Atílio Borón, afirmam que a vitória de Lenín traz fôlego à continuidade do ciclo progressista latino-americano. Trata-se da primeira disputa à presidência do Equador sem a figura de Rafael Correa e novamente a esquerda saiu vitoriosa do processo eleitoral.

Por outro lado, desde o início desse processo de mudanças no continente – 1996 com a eleição de Hugo Chávez na Venezuela – a direita só obteve duas vitórias importantes nas urnas: a eleição de Maurício Macri na Argentina e o parlamento venezuelano.

Ou seja, a vitória de Lenín é, de certa forma, uma renovação para o ciclo progressista latino-americano que nos últimos anos tem enfrentado uma contraofensiva da direita.

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