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Diário Liberdade
Quarta, 03 Julho 2019 10:48 Última modificação em Sábado, 27 Julho 2019 16:34

Desgeopolitização

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País: Venezuela / Direitos nacionais e imperialismo / Fonte: Diário Liberdade

Por Maria Alejandra Díaz*

Dona de seus recursos, a República Bolivariana da Venezuela obtém um ingresso financeiro ao intercambiar esses produtos no mercado mundial. Internamente, incrementa seu poder nacional ao usar esse ingresso e renda para alavancar processos de desenvolvimento, fortalecendo o produto social. Assim, converte essa ação estratégica numa subtração à lógica extrativista globalista, sabotando e desestruturando o capital global ao se aproveitar de suas vulnerabilidades.

Hoje, os globalistas asseguram que o singular do modelo econômico venezuelano, onde o Estado proprietário obtém uma quantia muito apreciável (expressão econômica de uma propriedade parasitária, vista desde o enfoque liberal capitalista) em relação ao tamanho da economia, que se traduz numa capacidade de gasto e financiamento muito alta, impede a existência de indivíduos soberanos e, no seu lugar, aparecem formas de domínio, paralisando a diversificação e o desenvolvimento econômico. Este é o argumento liberal para que renunciemos a nossa condição de Estado proprietário e assim desgeopolitizar, debilitando a República Bolivariana da Venezuela. Pretendem dissolver o vetor geopolítico da República que consiste em continentalizar a Revolução Bolivariana na América Meridional, abrindo a possibilidade de consolidar um espaço único entre o Caribe e a América do Sul, produzindo assim uma alteração geoestratégica no hemisfério ocidental.

Chávez, desde sua primeira viagem ao meio oriente, sabia que recuperar a fortaleza da Opep significaria ter a possibilidade de empreender a estratégia de plena soberania petroleira como alavanca para consolidar o poder nacional e impulsionar os motores da nossa integração americana. Por isso é que nos desgeopolitizar significaria a liquidificação do que tem de diferente no Sistema República Bolivariana da Venezuela e sua entropia definitiva, como centro de gravidade geoestratégica.

Realmente, essa corporatocracia mundial e seus vermes nacionais não perdoam a Chávez por ter obtido potência para a integração e recuperação nacional, nem que tenha usado essa energia como alavanca para a nossa integração Americana Bolivariana. Tampouco perdoam que ele tenha recuperado o ingresso petroleiro que estava ficando fora do país (desfiscalização), nem de ter resistido à tentativa de pilhagem de nossa Pdvsa, que hoje segue sendo atacada e destruída sem que ninguém tenha feito informe de segurança e de defesa nacional para deter sua demolição.

A luta de classes na Venezuela se expressa em duas situações e processos: como hiperinflação induzida e ataque à moeda, contra o tipo de câmbio. Assim, perfuram as medidas de controle, valendo-se dos monopólios que hoje permanecem, da corrupção, de um

sistema de justiça debilitado e do ataque ao Sistema Elétrico Nacional, à Pdvsa e sua produção.

Nesse ponto, os venezuelanos devem saber que os traidores, que voltam com sua velha ladainha de privilegiar o privado em detrimento do público, estão afirmando que o modelo fracassou por causa da renda petroleira (o excremento do diabo). Mas não, nenhum Mendoza, nenhum Rockefeller é mais rico que nenhum venezuelano que tenha nascido aqui. Isso por nossa condição de proprietários das terras petroleiras e mineiras desde aquela magistral jogada do Libertador de 1829 contra a avareza dos Imperialistas da época, os quais acreditavam serem seus únicos donos.

Nosso Estado Social se torna uma máquina de autovalorização cidadã Bolivariana emancipatória, dona de sua riqueza, convertendo-se, portanto, em um contra poder que sabota a lei do valor do capital da corporatocracia. Somos uma população empoderada que é uma anomalia selvagem, uma subversão à lógica depredadora do capital. Donos legítimos de uma corporação que não só produz ingressos e recebe renda, senão que gera produto social, maior autovalorização cidadã. Uma manifestação diária do conflito entre a emancipação social e o capitalismo predador.

Por isso, resulta pouco menos que estranho e perigoso tratar de instalar mecanismos privatizadores que não são outra coisa que entrega e rendição ao capital, uma alucinação e ideologia falsificadora que pretende nos afundar no pântano da globalização e nos submeter a seu domínio político e espiritual.

Devemos, então, levantar nossa voz e manter altiva a cabeça: não permitir que desgeopolitizem a República Bolivariana da Venezuela. Somos o centro do conflito mundial e temos capacidade para batalhar em condições favoráveis e, além disso, vencer.

(*) Advogada constitucionalista venezuelana, integrante da Assembleia Nacional Constituinte (ANC).

Tradução: Anisio Pires

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