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Diário Liberdade
Sexta, 07 Abril 2017 18:02

A dignidade imprescindível do povo equatoriano

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Ilka Oliva Corado

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[Tradução do  Revista Diálogos do Sul] Nestes momentos de alegria e festa na América Latina pelo triunfo da Aliança País, é necessário recordar que tudo na história contemporânea teve início com o sonho de um “Ninõ Arañero” (1) (moleque bamba), vendedor de doces de mamão nas ruas de sua terra natal Venezuela. Resumo sua origem porque somos feitos de Memória Histórica e identidade. Meninos como Chávez nascem um a cada quinhentos anos e passam pela terra para marcar a história dos povos.


A esse sonho se uniram Néstor e Lula, outros dois loucos que apostaram no sonho de Bolívar, de Bartolina Sisa e Juana Azurduy e dos milhares de desaparecidos pela ditaduras militares que tomaram de assalto a América Latina, sem falar dos meros dirigentes, dos povos originários que constituem o início e o fim e os que viveram a pior parte da repressão capitalista. Posteriormente apareceram outros brotos que se uniram: Evo, Lugo, Cristina, Dilma e Correa. Cada um em seu país alicerçou a Revolução Chavista, com a coragem da Revolução Bolivariana, o que se chamou de Progressismo Latino-americano. Os famosos populistas para aqueles que são os vende pátria.

No Equador se chama Revolução Cidadã o movimento criado por Correa, presidente progressista que recuperou a dignidade do país, a memória história e o sonho. Não há muito que analisar nos resultados dessas eleições. O povo decidiu continua pelo caminho da dignidade. Não se deixou enganar nem intimidar pela pressão da direita nacional e internacional que minou o país para se desse um passo em falso para conseguir seu voto.

O que ocorreu no Equador nestas eleições é exemplar. Se bateu pelos povos latino-americanos, enfrentou o ataque neoliberal e lutou pela continuidade do sistema político que Correa vinha desenvolvendo. Sabem por que? Porque estão agradecidos e sabem que as mudanças não se fazem de um dia para outro, que há que trabalhar por elas arduamente e que leva tempo e se realiza coletivamente. Que o retrocesso significa opressão e saqueio. O voto a Lenín tem muitos significados: querem a OEA foram da América Latina, apoiam a Unasul, a Celac e a Alba. Como todos os países latino-americanos deveríamos apoiar tais organismos.

Não são fáceis as tarefas que Lenín tem que enfrentar. Equador com a Revolução Cidadã tirou do sistema os oligarcas saqueadores. Ataques da direita sempre haverá, ocorrerão tentativas de golpes de Estado, como foi com Correa, como está sendo com Venezuela. Tentarão sem descanso derrotar-nos para ver o Equador no estado de miséria como estão os 12 países que apoiam dar um golpe de Estado na Venezuela. Nesse momento muitos latino-americanos sentimos um profundo orgulho pelo Equador, pela forma com que soube votar, defender o conquistado pela Revolução Cidadã.

Como ponto final, oxalá que com Lenín Moreno, que é parte das minorias e que sabe o que é exclusão, se consiga legislar sobre o Direito ao Aborto e ao Matrimônio Igualitário. Devem isso à comunidade LGBTI que o está apoiando. É tempo de que se lhe devolvam seus direitos. As mulheres progressistas que o apoiam, é tempo para que se legisle sobre o Direito ao Aborto, que valorize sua humanidade e sua integridade, que o sistema patriarcal que impera na América Latina. Oxalá não nos decepcione e seja ele quem tire das sombras os milhares de invisibilizados pela homofobia, o machismo e o patriarcado. Que seja ele quem evite as mortes de mulheres por abortos clandestinos.

Oxalá que as sociedades com governos neoliberais na América Latina aprendam e sigam o exemplo do Equador.

  1. Se refere a Hugo Chávez Frías quando criança que vendia doces de leite feitos por sua avó numa cidade interiorana da Venezuela.
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